segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Fênix


"Sabe aqueles dias em que horas dizem nada e você queria um pijama preferindo estar na cama" ... Ela acorda assim há vários dias... Sente que a vida entrou no piloto automático ... Segue apenas porque deve seguir! E lá vai ela em mais um dia desses ... A caminho do trabalho, apenas porque o dever a chama. Ela cuida de muita gente, mas quem cuida dela? Um amigo sempre lhe pergunta ... Sente  angústia,  desânimo e saudade de um amor que se foi e de outro que deveria ter sido mas não foi ... Tenta se acalentar com as coisas boas de sua existência.Tal acalanto muitas vezes funciona, mas nesses dias não ... E ela segue com o peso dos dias sobre os ombros... Chega ao serviço, organiza sua lida, escuta histórias por todo o dia, discute casos, resolve problemas... Sempre encontrou em seu trabalho um espaço de revitalização, mas naqueles dias não. Contudo, ao final de um específico dia algo acontece... Um paciente, uma lesão neurológica, um retardo mental, muitas e muitas convulsões, várias internações... Ela o encontra depois de mais uma dessas situações... Ela espera encontrá-lo mal... Ele a recebe sorrindo e fala seu nome. Pede um abraço ... Ela quase chora ... Pensa naqueles dias em que anda tão sem vitalidade ... Sente inveja - a inveja boa- da capacidade dele de renascer ... Imagina que a força do diferente esteja em ser um pouco Fênix, renascendo sempre das cinzas... Impregna-se de seu poder de Fênix e reage ... Voa junto com ele na direção do abraço ... E acaba o dia mais leve e feliz !!

Um comentário:

In Pressões disse...

Que lindo! Pena andar assim tb e não encontrar minha Fênix. Ou talvez não a enxerguei?